01/02/2017
Nem a histórica rivalidade no futebol brasileiro, como o charmoso Fla—Flu, foi capaz de separar dois amigos com o único objetivo: lançar um selo editorial.
Fundada em 2008, pelos jornalistas Paschoal Ambrósio Filho de 58 anos e Roberto Sander da mesma idade, a Maquinária Editora ganhou vida após a dupla perceber que a literatura esportiva poderia ser mais que um prazer e se transformar em trabalho:”A ideia surgiu quando o Sander, que já escrevia livros para outras editoras, me chamou para editar nossos próprios livros, em alguns encontros na ABI (Associação Brasileira de Imprensa). Foi assim que nasceu a Maquinária”, diz o rubro—negro Paschoal que começou sua vida jornalística como repórter policial no jornal Luta Democrática, há 39 anos.
Antigos companheiros de redação (trabalharam juntos no Sportv), a dupla driblou a insegurança, se desmarcou da ansiedade e numa jogada de craque, fez um gol de placa, quando resolveram enveredar pela literatura esportiva, em um nicho pouco e mal explorado, pois a maioria dos livros não tinha qualidade gráfica e a pesquisa, muitas vezes, era falha.
Com isso, a dupla fez sua estreia lançando o primeiro livro escrito à quatro mãos, intitulado ‘Os 10 mais do Flamengo’, em 2008 e que acabou se tornando um sucesso que, segundo o tricolor Roberto Sander, deu visibilidade à Maquinária ao vender muitos livros com tal coletânea (seleção biográfica dos dez maiores jogadores de cada clube no Brasil):”O fato do Paschoal ter uma empresa de comunicação foi importante, pois uniu à minha experiência nos livros que eu havia publicado. E aí, surgiu essa coletânea que tivemos o privilégio de escrever, que percorreu os grandes clubes do país, e nos alavancou com o grande sucesso de vendas que foi”, assegura dizendo que hoje a empresa tem uma posição de solidez no mercado editorial.
Apesar da grave crise que tem atingido vários segmentos da sociedade e mudado o hábito de uma grande parcela de leitores, a Maquinária Editora se mantém com a venda de bons livros produzidos pelo próprio selo:”A gente tem evitado lançar coisas novas e vamos vivendo de livros antigos que são bons com conteúdo e validade indeterminada, pois os temas são interessantes”, frisa Paschoal acrescentando que mesmo com uma queda de 40% nas vendas, a Maquinária Editora se orgulha de ter uma administração enxuta.
19/12/2016
FONTE: Jornal A Metrópole (Niterói)
1987 - A história definitiva, de Pablo Duarte Cardoso, relata e analisa, como nunca antes se fez, o mais controverso Campeonato Brasileiro de todos os tempos. Vai buscar no Estado Novo e no regime militar de 1964-1984, os vícios contra os quais os grandes clubes de futebol se rebelaram em 1987. Conta como, capitaneados pelo Flamengo, São Paulo, Grêmio e Vasco da Gama, os treze maiores clubes do país organizaram por conta própria o campeonato nacional, contra as resistências da CBF, federações estaduais e clubes menores, e como viabilizaram no mercado o primeiro evento esportivo inteiramente custeado por patrocinadores privados no Brasil: a Copa União. Uma aula de marketing esportivo. Explica como e por que o Flamengo e o Sport Recife vieram a bater-se nos tribunais pela posse do título de campeão brasileiro daquele ano e mostra que as ideias por que brigavam os grandes clubes brasileiros, em 1987, permanecem atuais e necessárias. No mais, relata com minúcia e paixão a disputa da Copa União, culminando com a consagração do Flamengo de Zico, Bebeto e Renato Gaúcho, e conta com inédita riqueza de detalhes a disputa do Módulo Amarelo afinal dividido por Sport e Guarani. No trigésimo aniversário da Copa União, era preciso que alguém, finalmente, se dispusesse a contar essa história com a necessária perspectiva legal e esportiva.